DEZENOVE ESPETÁCULOS SELECIONADOS
FETO 2012 apresenta um recorte significativo da produção do teatro estudantil no Brasil
Quatro dias de imersão, quase cinqüenta e cinco horas de trabalho e sabem-se lá quantos cafezinhos. Esse foi o ritmo adotado pela comissão curadora do Festival Estudantil de Teatro 2012 para dar conta de se debruçar sobre os 125 trabalhos inscritos de todo o país, 30% a mais do que no ano passado (acesse http://migre.me/apHkg). O maior desafio enfrentado por Ana Cristina Fabrício, Bárbara Bof, Gláucia Vandeveld, Paulo Celestino e Pita Belli não foi, no entanto, o volume. Gláucia, que compõe a curadoria pela terceira vez consecutiva, avalia que os trabalhos recebidos vêm crescendo em qualidade artística. “Percebo uma evolução, inclusive dos próprios grupos particularmente”, diz ela. A constatação levou a comissão a decidir pela ampliação da edição deste ano, com cinco espetáculos selecionados a mais do que o previsto.
A excelência, porém, foi apenas um dos eixos que nortearam o trabalho dos curadores. “Tenho uma enorme preocupação com os grupos que não foram selecionados. Não quero que essa escolha seja desestimulante. Muitos trabalhos bons ficaram de fora, pois buscamos não apenas eleger os melhores do ponto de vista técnico ou artístico”, explica Bárbara, que é também idealizadora e coordenadora do FETO.
A curadoria procurou reconhecer e valorizar as particularidades dos grupos inscritos e criar um conjunto que trouxesse para o festival uma diversidade de linguagem. Os curadores também lançaram um olhar sobre o processo criativo e a pesquisa utilizada para embasar a criação dos espetáculos, sempre sensíveis ao lugar de experiência e de fala de cada um dos inscritos. “Não podemos esquecer que o teatro abriga subjetividade e que, por isso, ela permeia a análise da comissão”, diz Bárbara. Os dezenove espetáculos selecionados ampliam as possibilidades de diálogos, trocas e reflexões dentro do FETO. “É um recorte significativo da produção do teatro estudantil no Brasil e levanta questões relevantes. Esse é um dos pontos que torna o festival importante”, ressalta Gláucia.
A pluralidade de propostas não impediu que os curadores identificassem, entre elas, elementos comuns. São eles que começam a dar uma cara para essa edição. “Os trabalhos são todos comprometidos com o que estão dizendo, têm responsabilidade e coerência. Acho que esse é um ponto em comum em meio a tantas particularidades”, diz Bárbara. “Os espetáculos trazem elencos grandes. Identifico também uma tendência de retorno aos clássicos”, completa Glaucia.
Os espetáculos selecionados, vindos de 14 cidades brasileiras, apresentam-se no FETO de 11 a 21 de outubro. Confira a lista completa:
:: Teatro na Escola (em ordem alfabética)
• A Caolha – Grupo Cênico O TATU BOLA / Pará de Minas (MG);
• As melhores histórias de Pinóquio – Grupo TUPAM – Teatro Universitário de Patos de Minas / Patos de Minas (MG);
• Bang-Bang você morreu – Art’ncena / Taguatinga (DF);
• Banheiro – Cia Artística Avenida Lamparina / Jaraguá do Sul (SC);
• O Auto do Boi – Cias. Asas de Teatro / Belo Horizonte (MG);
• O Carteiro de Bonecas – Grupo Brinquedo Torto / Santo André (SP);
• O Prato Azul-Pombinho – Grupo de Teatro Boca de Cena / Congonhas (MG);
• Papo de Bar – Cia Artística Avenida Lamparina / Jaraguá do Sul (SC);
• Passagem – Grupo Passagens de Teatro / Belo Horizonte (MG).
Suplentes (em ordem de chamada)
• A Bela e a Fera – Art’ncena / Taguatinga (DF);
• O Gato Malhado e a Andorinda Sinhá – Congados Grupo de Circo e Teatro / João Pessoa (PB);
• A Farsa do Advogado Pathelin – Grupo de Teatro da Casa / Blumenau (SC);
• A Incrível Viagem da capitâ Ramster Rose – Trupe Catavento – Colégio Anglo Boituva / Tatuí (SP);
• A odisséia aventuresca de Don Von C.P. e suas batalhas quixotescas – em-SANUS sem_SENSUS / Belo Horizonte (MG).
:: Escola de Teatro (em ordem alfabética)
• Até que o teto desabe – Cia. Teatro pra Viajar / Belo Horizonte (MG);
• Baden-Baden – BadenBaden / Florianópolis (SC);
• Chá de Casa Nova – Cacos de Luz / São João Del-Rei (MG);
• Horácio – Grupo TARja / Rio de Janeiro (RJ);
• Malva Rosa – Casulo Dramaturgia de Atores / Sobradinho (DF);
• Não Alimente os Bichos – SUBSOLO 59 / Brasília (DF);
• O Menino que sonhava demais – Mamãe tá na plateia [coletivo de teatro] / Belo Horizonte (MG);
• Pessoas ou Coisas Podem Mudar o Mundo Mas Hoje Nada Aconteceu – Cia. Dos Aflitos / Contagem (MG);
• Sinfonia Sonho – Teatro Inominável / Rio de Janeiro (RJ);
• Um lugar para ficar em pé – Primeira Turma de Teatro do ICA/UFC / Fortaleza (CE).
Suplentes (em ordem de chamada)
• O Conto da ilha desconhecida – 6 Marias e Meia / Rio de Janeiro (RJ);
• Quantos infelizes ainda o seriam hoje se tivessem descoberto há tempo em que ponto estavam – Grupo Teatro para Todos / Belém (PA);
• As Pererecas: como se tornar uma besta – Coletivo A – Nau / Belo Horizonte (MG).
Fonte: http://fetobh.art.br/2012/
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