Por Reginaldo Santos
Lembro-me quando criança da curiosidade
que me despertava aqueles homens de bigode e boina nas esquinas da
cidade, com uma caixa coberta por um pano preto em cima de um tripé
tirando fotos de transeuntes. O fotógrafo lambe-lambe (profissional
quase extinto) mexia com nossa imaginação nas várias teorias que se
desenrolavam em torno do que acontecia ali dentro, quando cobria a
cabeça e tirava a foto era uma mistura mágica – metade homem, metade máquina – que se transformavam numa só coisa (monstro, desenho animado).
A Cia. Artística Lamparina parece ter
percebido a magia contida nessas caixas, rompem os limites do palco e
levam o Teatro lambe-lambe a qualquer espaço que quiserem (desde que
tenha um metro quadrado). Tudo que precisam é da curiosidade das
pessoas, não importa a idade todos querem descobrir o que há entre
a caixa e o manipulador. De maneira delicada e bem humorada os artistas
contam pequenas histórias para uma pessoa de cada vez, uma experiência
ao mesmo tempo íntima e efêmera.
Foto: Daniel Protzner |
La dentro, personagens construídos a
partir de formas animadas nos contam duas histórias. A primeira acontece
num bar onde dois amigos discutem qual a melhor cerveja, não fosse pela
influência da propaganda da televisão, teriam eles opinião própria?
Depois, no banheiro, descobrimos como enganar as mamães ligando os
chuveiros e fingindo que estamos no banho. A novidade é que não
desconfiávamos que as mamães pudessem fazer o mesmo. A verdade é que
tanto no bar, como no banheiro, somos os donos da verdade!
Fica aí a sugestão da Cia. de Jaraguá do
Sul, podemos criar novas maneiras de levar a experiência do teatro para
qualquer parte, no caso do Teatro lambe-lambe teremos a garantia de
sucesso de público em todas as sessões.
Comentários
Postar um comentário